FAO LANÇA PROGRAMA ESTRATÉGICO DE CAPACITAÇÃO PARA JOVENS EMPRESÁRIOS AGRÍCOLAS NA GUINÉ-BISSAU

 

FAO LANÇA PROGRAMA ESTRATÉGICO DE CAPACITAÇÃO PARA JOVENS EMPRESÁRIOS AGRÍCOLAS NA GUINÉ-BISSAU

Iniciativa Visa Criar Rede de Formadores e Revolucionar Setor Agro-Silvo-Pastoril como Motor de Desenvolvimento Sustentável



Bissau, 4 de agosto de 2025 - A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) deu início a um ambicioso programa de capacitação destinado a transformar o panorama do emprego jovem na Guiné-Bissau, focando especificamente no setor agro-silvo-pastoril e haliêutico. O programa, que selecionou 20 jovens para integrar uma futura rede de formadores do Modelo de Integração de Jovens Empresários Agrícolas, representa uma aposta estratégica no potencial transformador da juventude rural guineense.

A Estratégia de Transformação: Do Desemprego ao Empreendedorismo

O lançamento desta iniciativa marca um momento crucial na abordagem ao desemprego juvenil na Guiné-Bissau, país onde mais de 60% da população tem menos de 25 anos e onde o setor agrícola emprega cerca de 80% da força de trabalho. A FAO reconhece que esta demografia jovem, longe de ser um fardo, representa o maior ativo para o desenvolvimento sustentável do país.

O Contexto do Desemprego Juvenil

A Guiné-Bissau enfrenta desafios significativos no que se refere ao emprego jovem:

Dimensão do Problema

  • Taxa de Desemprego Juvenil: Superior a 40% entre os jovens dos 15 aos 24 anos
  • Subemprego Rural: Milhares de jovens em atividades de subsistência sem perspetivas de crescimento
  • Êxodo Rural: Migração massiva dos jovens das zonas rurais para centros urbanos
  • Emigração: Fuga de talentos jovens para outros países em busca de oportunidades

Causas Estruturais

  • Falta de Formação Técnica: Ausência de competências especializadas no setor agrícola
  • Acesso Limitado ao Crédito: Dificuldades de financiamento para iniciativas empresariais
  • Tecnologia Tradicional: Métodos agrícolas obsoletos que limitam a produtividade
  • Falta de Organização: Ausência de estruturas cooperativas eficazes

O Modelo de Integração de Jovens Empresários Agrícolas

O programa da FAO baseia-se num modelo inovador que visa transformar jovens rurais em empresários agrícolas capazes de liderar a modernização do setor:

Componentes do Modelo

1. Formação Técnica Especializada

O modelo integra diferentes dimensões de formação:

  • Técnicas Agrícolas Modernas: Introdução de métodos de cultivo sustentáveis e produtivos
  • Gestão Empresarial: Competências de gestão financeira, marketing e organização empresarial
  • Tecnologias Digitais: Uso de aplicações móveis para monitorização de culturas e acesso a informação de mercado
  • Sustentabilidade Ambiental: Práticas agrícolas que preservam o meio ambiente

2. Metodologia de Cascata

A estratégia de formação de formadores permite um impacto multiplicador:

  • Núcleo Inicial: 20 jovens formadores especializados
  • Primeira Expansão: Cada formador capacita 10-15 novos jovens empresários
  • Efeito Multiplicador: Potencial de atingir 200-300 jovens na primeira fase
  • Expansão Territorial: Cobertura gradual de todas as regiões do país

Os 20 Jovens Selecionados: Perfil e Critérios

A seleção dos 20 jovens formadores seguiu critérios rigorosos que garantem o sucesso do programa:

Critérios de Seleção

  • Idade: Jovens entre 18 e 35 anos
  • Experiência Agrícola: Envolvimento prévio em atividades agro-pastoris
  • Nível Educacional: Mínimo de ensino secundário completo
  • Liderança Comunitária: Reconhecimento como líderes nas suas comunidades
  • Motivação Empresarial: Demonstração de espírito empreendedor

Diversidade Regional

  • Representação Geográfica: Jovens de todas as regiões do país
  • Diversidade de Culturas: Especialização em diferentes produtos agrícolas
  • Equilíbrio de Género: Participação equilibrada de homens e mulheres
  • Inclusão Étnica: Representação das diferentes etnias guineenses

Perfil dos Selecionados

Os 20 jovens selecionados representam o melhor potencial da juventude rural guineense:

  • Background Educacional: Formação que varia desde o ensino secundário até licenciaturas em áreas relacionadas
  • Experiência Prática: Média de 5 anos de experiência em atividades agrícolas
  • Liderança Comunitária: Todos já exercem algum tipo de liderança nas suas comunidades
  • Visão Empresarial: Demonstraram capacidade de pensar a agricultura como negócio

O Apelo à União de Esforços: Parcerias Estratégicas

Mário Reis, assistente do programa da FAO, fez um apelo direto aos parceiros técnicos e financeiros, sublinhando que o sucesso da iniciativa depende de uma abordagem colaborativa:

Parceiros Técnicos Necessários

Instituições de Formação

  • Instituto Nacional de Agricultura: Fornecimento de formação técnica especializada
  • Universidades: Pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias agrícolas
  • Centros de Investigação: Adaptação de tecnologias às condições locais
  • ONGs Especializadas: Experiência em desenvolvimento rural e formação

Organismos Internacionais

  • PNUD: Apoio em desenvolvimento humano e governance
  • Banco Mundial: Financiamento e políticas de desenvolvimento rural
  • União Europeia: Programas de cooperação técnica e financeira
  • Cooperação Bilateral: Programas específicos de países parceiros

Parceiros Financeiros Estratégicos

Instituições Financeiras Nacionais

  • Bancos Comerciais: Produtos de crédito adaptados aos jovens empresários
  • Microfinanças: Pequenos empréstimos para iniciativas empresariais
  • Cooperativas de Crédito: Sistemas de poupança e crédito comunitário

Financiadores Internacionais

  • Fundos de Desenvolvimento: Recursos para programas de médio e longo prazo
  • Investidores Privados: Capital para projetos agrícolas de maior escala
  • Fundações: Apoio a iniciativas de desenvolvimento sustentável

A Formação de Três Dias: Conteúdo e Metodologia

O programa de capacitação, com duração de três dias, foi cuidadosamente estruturado para maximizar o impacto formativo:

Dia 1: Fundamentos do Empreendedorismo Agrícola

Manhã: Visão Empresarial

  • Mindset Empresarial: Transformação da mentalidade de subsistência para empresarial
  • Identificação de Oportunidades: Análise do mercado e identificação de nichos
  • Planeamento Estratégico: Desenvolvimento de planos de negócio simples mas eficazes

Tarde: Técnicas Agrícolas Modernas

  • Agricultura Sustentável: Métodos que aumentam a produtividade preservando o ambiente
  • Diversificação de Culturas: Estratégias para reduzir riscos e aumentar rendimentos
  • Gestão de Recursos: Uso eficiente da água, solo e outros recursos naturais

Dia 2: Gestão e Organização Empresarial

Manhã: Gestão Financeira

  • Controlo de Custos: Técnicas de registo e controlo de despesas
  • Gestão de Fluxo de Caixa: Planeamento financeiro para atividades sazonais
  • Acesso ao Crédito: Como preparar propostas de financiamento

Tarde: Marketing e Comercialização

  • Estudo de Mercado: Análise da procura e identificação de clientes
  • Estratégias de Venda: Técnicas de comercialização de produtos agrícolas
  • Agregação de Valor: Processamento básico para aumentar o valor dos produtos

Dia 3: Metodologias de Formação e Multiplicação

Manhã: Técnicas Pedagógicas

  • Metodologias Participativas: Como conduzir formações envolventes
  • Comunicação Eficaz: Técnicas de comunicação adaptadas ao contexto rural
  • Avaliação de Impacto: Como medir o sucesso das formações

Tarde: Planeamento da Multiplicação

  • Identificação de Beneficiários: Como selecionar os próximos jovens a formar
  • Adaptação Local: Ajuste das metodologias às realidades locais específicas
  • Rede de Apoio: Criação de sistemas de apoio contínuo aos formandos

O Potencial do Setor Agro-Silvo-Pastoril e Haliêutico

Mário Reis destacou o "enorme potencial" destes setores, não apenas para o crescimento económico, mas como "motor de inovação, inclusão social e preservação ambiental":

Setor Agrícola: O Motor Económico

Potencial Produtivo

  • Solos Férteis: 60% do território nacional é adequado para agricultura
  • Diversidade Climática: Condições para diferentes tipos de culturas
  • Recursos Hídricos: Abundância de água para irrigação
  • Biodiversidade: Rica variedade de espécies nativas com potencial comercial

Culturas Estratégicas

  • Arroz: Alimento base com potencial de autossuficiência
  • Caju: Principal produto de exportação com valor acrescentado
  • Amendoim: Cultura tradicional com mercado regional
  • Horticultura: Produtos frescos para mercado interno e regional

Setor Florestal: Sustentabilidade e Valor

Recursos Florestais

  • Florestas Naturais: 60% do território coberto por florestas
  • Espécies Valiosas: Madeiras nobres com valor comercial elevado
  • Produtos Não-Madeireiros: Frutos, mel, plantas medicinais
  • Serviços Ecossistémicos: Conservação da biodiversidade e regulação climática

Oportunidades de Negócio

  • Silvicultura Sustentável: Plantação de espécies de crescimento rápido
  • Agroflorestas: Sistemas integrados agricultura-floresta
  • Ecoturismo: Aproveitamento da biodiversidade para turismo
  • Certificação Florestal: Produtos certificados com maior valor de mercado

Setor Pecuário: Tradição e Modernização

Potencial Pecuário

  • Pastagens Naturais: Extensas áreas de pastagem
  • Tradição Pastoril: Conhecimento tradicional na criação de gado
  • Diversidade de Espécies: Bovinos, suínos, caprinos, aves
  • Mercado Regional: Procura regional por produtos pecuários

Modernização Necessária

  • Melhoramento Genético: Introdução de raças mais produtivas
  • Saúde Animal: Programas de vacinação e controlo de doenças
  • Alimentação Animal: Produção de rações de qualidade
  • Processamento: Pequenas unidades de transformação de produtos pecuários

Setor Haliêutico: Riqueza Marinha

Recursos Marítimos

  • Costa Extensa: 350 km de costa atlântica
  • Águas Ricas: Abundância de espécies marinhas
  • Pesca Tradicional: Comunidades piscatórias com conhecimento ancestral
  • Aquicultura: Potencial para criação em cativeiro

Oportunidades de Desenvolvimento

  • Pesca Artesanal Melhorada: Equipamentos e técnicas mais eficientes
  • Processamento de Peixe: Conservação e transformação para exportação
  • Aquicultura: Desenvolvimento da piscicultura e criação de camarão
  • Turismo Pesqueiro: Aproveitamento turístico dos recursos haliêuticos

Inovação, Inclusão Social e Preservação Ambiental

A visão da FAO para o setor vai além do crescimento económico, integrando três dimensões fundamentais:

Motor de Inovação

Tecnologias Apropriadas

  • Agricultura de Precisão: Uso de tecnologia para otimizar a produção
  • Biotecnologia: Desenvolvimento de variedades adaptadas
  • Energias Renováveis: Sistemas solares para irrigação e processamento
  • Tecnologias Digitais: Aplicações móveis para gestão agrícola

Inovação Social

  • Cooperativismo: Novas formas de organização coletiva
  • Economia Circular: Aproveitamento integral dos recursos
  • Cadeias de Valor: Integração vertical das atividades produtivas
  • Parcerias Público-Privadas: Novos modelos de colaboração

Inclusão Social

Equidade de Género

  • Participação Feminina: Envolvimento ativo das mulheres no programa
  • Acesso a Recursos: Garantia de acesso igual a terra e crédito
  • Liderança Feminina: Promoção de mulheres em posições de liderança
  • Conciliação: Equilibrio entre atividades produtivas e familiares

Integração Juvenil

  • Oportunidades Rurais: Criação de alternativas à migração urbana
  • Educação Prática: Ligação entre educação formal e competências práticas
  • Mentoria: Sistemas de apoio entre gerações
  • Empoderamento: Capacitação para tomada de decisões

Coesão Comunitária

  • Desenvolvimento Local: Fortalecimento das economias locais
  • Preservação Cultural: Valorização dos conhecimentos tradicionais
  • Solidariedade: Fortalecimento dos laços comunitários
  • Participação Cívica: Envolvimento na tomada de decisões comunitárias

Preservação Ambiental

Agricultura Sustentável

  • Agroecologia: Métodos que respeitam os ciclos naturais
  • Conservação do Solo: Técnicas de prevenção da erosão
  • Gestão da Água: Uso eficiente dos recursos hídricos
  • Biodiversidade: Preservação das variedades locais

Mitigação Climática

  • Captura de Carbono: Práticas que sequestram carbono no solo
  • Redução de Emissões: Métodos que reduzem gases de efeito estufa
  • Adaptação: Preparação para os efeitos das mudanças climáticas
  • Resiliência: Sistemas produtivos resistentes a choques climáticos

A Filosofia da FAO: Formação com Qualidade, Equidade e Impacto

Mário Reis enfatizou que a FAO "acredita que a melhor forma de garantir um futuro próspero é pela formação comprometida com qualidade, equidade e impacto real nas comunidades":

Qualidade na Formação

Padrões Elevados

  • Formadores Qualificados: Técnicos especializados em diferentes áreas
  • Metodologias Testadas: Uso de abordagens pedagógicas comprovadas
  • Materiais Adequados: Recursos formativos adaptados ao contexto local
  • Avaliação Contínua: Monitorização constante da qualidade

Relevância Prática

  • Aprendizagem Aplicada: Formação baseada em problemas reais
  • Demonstrações Práticas: Uso de campos de demonstração
  • Casos de Sucesso: Aprendizagem através de exemplos concretos
  • Experimentação: Oportunidades para testar novas técnicas

Equidade no Acesso

Igualdade de Oportunidades

  • Acesso Universal: Abertura a jovens de diferentes backgrounds
  • Eliminação de Barreiras: Remoção de obstáculos económicos e sociais
  • Diversidade: Inclusão de diferentes grupos sociais
  • Discriminação Positiva: Apoio especial a grupos desfavorecidos

Territorialidade

  • Cobertura Nacional: Expansão gradual a todas as regiões
  • Adaptação Local: Ajuste às especificidades regionais
  • Proximidade: Formação próxima das comunidades beneficiárias
  • Sustentabilidade: Criação de capacidades locais permanentes

Impacto Real nas Comunidades

Transformação Económica

  • Aumento de Rendimentos: Melhoria das condições económicas familiares
  • Criação de Emprego: Geração de oportunidades de trabalho local
  • Dinamização Económica: Animação das economias locais
  • Redução da Pobreza: Contribuição para a diminuição da pobreza rural

Impacto Social

  • Fortalecimento Comunitário: Reforço da coesão social
  • Empoderamento: Capacitação para participação ativa
  • Melhoria de Vida: Elevação da qualidade de vida das famílias
  • Futuro Sustentável: Criação de perspetivas para as gerações futuras

Estratégia de Fortalecimento da Empregabilidade Juvenil

O programa insere-se numa estratégia mais ampla da FAO para "fortalecer a empregabilidade dos jovens e dinamizar o setor agrícola":

Componentes da Estratégia

1. Desenvolvimento de Competências

A estratégia foca no desenvolvimento integral de competências:

  • Competências Técnicas: Conhecimentos específicos do setor agrícola
  • Competências Empresariais: Capacidades de gestão e liderança
  • Competências Digitais: Uso de tecnologias de informação
  • Competências Sociais: Capacidade de trabalho em equipa e comunicação

2. Facilitação do Acesso a Recursos

  • Acesso ao Crédito: Facilitação do financiamento para jovens empresários
  • Acesso à Terra: Apoio na obtenção de terrenos para atividades agrícolas
  • Acesso à Tecnologia: Disponibilização de equipamentos e tecnologias
  • Acesso aos Mercados: Ligação dos produtores aos compradores

3. Criação de Ecossistemas de Apoio

  • Redes Empresariais: Criação de associações de jovens empresários
  • Serviços de Apoio: Consultoria técnica e empresarial
  • Plataformas de Comercialização: Espaços para venda de produtos
  • Sistemas de Informação: Divulgação de informação de mercado

Setor Agrícola como Motor de Desenvolvimento

Desenvolvimento Sustentável

O setor agrícola é visto como motor do desenvolvimento sustentável através de:

  • Segurança Alimentar: Produção de alimentos para a população
  • Geração de Divisas: Exportação de produtos agrícolas
  • Desenvolvimento Rural: Fixação das populações no campo
  • Preservação Ambiental: Práticas sustentáveis de produção

Inclusão Socioeconómica

  • Participação Económica: Integração dos jovens na economia formal
  • Mobilidade Social: Oportunidades de ascensão social
  • Redução de Desigualdades: Diminuição das disparidades sociais
  • Coesão Nacional: Contribuição para a unidade nacional

Desafios e Oportunidades do Programa

Desafios a Enfrentar

Desafios Estruturais

  • Infraestruturas: Falta de estradas, eletricidade e comunicações rurais
  • Serviços Financeiros: Limitado acesso a serviços bancários no meio rural
  • Mercados: Dificuldades de acesso a mercados para produtos agrícolas
  • Tecnologia: Baixo nível de mecanização e tecnologia agrícola

Desafios Socioculturais

  • Resistência à Mudança: Apego a métodos tradicionais de produção
  • Migração Urbana: Tendência dos jovens para abandonar o meio rural
  • Educação: Baixos níveis de educação formal no meio rural
  • Género: Barreiras culturais à participação feminina

Desafios Institucionais

  • Capacidade Técnica: Limitada capacidade técnica das instituições locais
  • Coordenação: Necessidade de melhor coordenação entre instituições
  • Sustentabilidade: Garantia de continuidade dos programas
  • Monitorização: Sistemas de seguimento e avaliação eficazes

Oportunidades Emergentes

Contexto Favorável

  • Demografia Jovem: Grande população jovem ávida de oportunidades
  • Recursos Naturais: Abundância de recursos naturais subaproveitados
  • Mercados Regionais: Crescimento dos mercados regionais africanos
  • Tecnologia Móvel: Penetração crescente das tecnologias móveis

Apoio Internacional

  • Agenda 2030: Alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
  • Parceiros Técnicos: Presença de múltiplas organizações internacionais
  • Financiamento: Disponibilidade de fundos para desenvolvimento rural
  • Conhecimento: Acesso a conhecimento e experiências internacionais

Impacto Esperado do Programa

Impactos Diretos

Nos Jovens Formadores

  • Competências Adquiridas: 20 jovens com competências avançadas
  • Oportunidades de Emprego: Criação de oportunidades como formadores
  • Liderança: Desenvolvimento de capacidades de liderança
  • Renda: Possibilidade de auferir rendimentos como formadores

Nos Beneficiários Indiretos

  • Formação: 200-300 jovens a formar na primeira fase
  • Negócios: Criação de dezenas de pequenos negócios agrícolas
  • Emprego: Geração de centenas de postos de trabalho
  • Produção: Aumento da produção agrícola local

Impactos Indiretos

Nas Comunidades

  • Dinamização Económica: Animação das economias locais
  • Serviços: Melhoria da oferta de serviços agrícolas
  • Conhecimento: Difusão de conhecimentos técnicos
  • Organização: Fortalecimento das organizações comunitárias

No Setor Agrícola

  • Modernização: Introdução de práticas modernas
  • Produtividade: Aumento da produtividade média
  • Qualidade: Melhoria da qualidade dos produtos
  • Competitividade: Maior competitividade no mercado regional

No País

  • Segurança Alimentar: Contribuição para a autossuficiência alimentar
  • Desenvolvimento Rural: Redução das disparidades urbano-rurais
  • Ambiente: Práticas mais sustentáveis de produção
  • Juventude: Alternativas à emigração juvenil

Sustentabilidade e Continuidade do Programa

Estratégias de Sustentabilidade

Sustentabilidade Institucional

  • Apropriação Nacional: Transferência gradual para instituições nacionais
  • Capacidade Local: Desenvolvimento de capacidades técnicas locais
  • Parcerias: Estabelecimento de parcerias duradouras
  • Políticas Públicas: Integração em políticas governamentais

Sustentabilidade Financeira

  • Diversificação de Fontes: Múltiplas fontes de financiamento
  • Autofinanciamento: Geração de receitas próprias pelos formadores
  • Eficiência: Otimização dos custos de operação
  • Investimento Privado: Atração de investimento do setor privado

Sustentabilidade Técnica

  • Transferência de Tecnologia: Apropriação local das tecnologias
  • Inovação Contínua: Capacidade de adaptação e inovação
  • Rede de Conhecimento: Criação de redes de partilha de conhecimento
  • Investigação: Ligação com centros de investigação

Perspetivas de Expansão

Expansão Geográfica

Fase 1: Regiões Piloto

  • Concentração em 3-4 regiões com maior potencial
  • Teste e refinamento das metodologias
  • Criação de modelos replicáveis

Fase 2: Expansão Nacional

  • Extensão a todas as regiões do país
  • Adaptação às especificidades locais
  • Fortalecimento das redes regionais

Fase 3: Integração Regional

  • Intercâmbios com países vizinhos
  • Participação em redes regionais
  • Exportação do modelo para outros países

Expansão Setorial

Diversificação de Culturas

  • Especialização em diferentes produtos
  • Desenvolvimento de cadeias de valor específicas
  • Aproveitamento de nichos de mercado

Integração de Setores

  • Ligação agricultura-pecuária-silvicultura
  • Desenvolvimento de sistemas integrados
  • Aproveitamento de sinergias

Conclusão: Um Programa Transformador para o Futuro da Guiné-Bissau

O programa de capacitação lançado pela FAO representa muito mais do que uma simples iniciativa de formação. É uma aposta estratégica no potencial transformador da juventude rural guineense, reconhecendo que o desenvolvimento sustentável do país passa necessariamente pela modernização e dinamização do setor agro-silvo-pastoril e haliêutico.

Dimensão Transformadora

A seleção criteriosa de 20 jovens para formar uma rede de formadores demonstra a adoção de uma abordagem inteligente e multiplicadora. Cada um destes jovens torna-se um agente de mudança nas suas comunidades, capaz de transmitir não apenas conhecimentos técnicos, mas também uma nova visão empresarial da agricultura.

A formação de três dias, embora intensiva, é apenas o início de um processo mais amplo de transformação que se espera propague por todo o país. A metodologia de cascata permite que o conhecimento e as competências adquiridas se multipliquem exponencialmente, atingindo centenas de jovens rurais que, de outra forma, permaneceriam à margem das oportunidades de desenvolvimento.

Impacto Multidimensional

O programa aborda simultaneamente várias dimensões do desenvolvimento:

Económica: Através da criação de oportunidades de emprego e geração de rendimentos para os jovens rurais, contribuindo para a redução da pobreza e o desenvolvimento das economias locais.

Social: Promovendo a inclusão de jovens, mulheres e grupos marginalizados, fortalecendo a coesão comunitária e oferecendo alternativas à migração urbana e internacional.

Ambiental: Introduzindo práticas agrícolas sustentáveis que preservam os recursos naturais e contribuem para a mitigação das mudanças climáticas.

Cultural: Valorizando os conhecimentos tradicionais enquanto os articula com tecnologias modernas, preservando a identidade cultural rural.

O Papel da Parceria

O apelo de Mário Reis à união de esforços dos parceiros técnicos e financeiros reflete a compreensão de que transformações desta magnitude requerem uma abordagem colaborativa. O sucesso do programa depende da capacidade de mobilizar diferentes atores - governo, organizações internacionais, setor privado, sociedade civil - em torno de uma visão comum de desenvolvimento rural sustentável.

Esta abordagem colaborativa é fundamental não apenas para o financiamento do programa, mas também para garantir sua sustentabilidade a longo prazo. Quando múltiplos atores estão envolvidos, cria-se um ecossistema de apoio que pode continuar a funcionar mesmo quando o apoio inicial da FAO diminuir.

Visão de Futuro

A iniciativa da FAO inscreve-se numa visão mais ampla de transformação da Guiné-Bissau, onde o setor agrícola, longe de ser visto como atrasado ou de subsistência, é reconhecido como motor de inovação, crescimento económico e desenvolvimento sustentável.

Os 20 jovens que participam nesta formação não são apenas beneficiários de um programa, mas pioneiros de uma nova era para a agricultura guineense. Eles representam a ponte entre as tradições ancestrais e as tecnologias modernas, entre o conhecimento local e as melhores práticas internacionais, entre as necessidades presentes e as aspirações futuras.

Desafios e Oportunidades

Embora o programa enfrente desafios significativos - desde as limitações infraestruturais até às resistências culturais - as oportunidades são ainda maiores. A abundância de recursos naturais, a demografia jovem, o crescimento dos mercados regionais e o apoio internacional criam um contexto favorável para o sucesso da iniciativa.

O mais importante é que este programa não se limita a formar indivíduos, mas visa criar um movimento de transformação rural liderado pelos próprios jovens. Quando os jovens rurais se tornam protagonistas do seu próprio desenvolvimento, quando veem a agricultura como uma atividade digna e lucrativa, quando desenvolvem competências empresariais e técnicas modernas, todo o país beneficia.

Um Modelo para África

Se bem-sucedido, este programa pode tornar-se um modelo replicável em outros países africanos que enfrentam desafios similares. A abordagem da FAO, baseada na formação de formadores, na integração de diferentes dimensões do desenvolvimento sustentável e na parceria entre múltiplos atores, oferece uma alternativa viável aos modelos tradicionais de desenvolvimento rural.

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